terça-feira, 11 de março de 2014

LONDRINA: QUANDO MORAR É PRIVILÉGIO... OCUPAR É UM DIREITO!

Desde o início do ano, ocorreram quatro ocupações urbanas na região norte de Londrina. Essa onda de ocupações é fruto do déficit habitacional do município. Infelizmente, o poder executivo ao invés de buscar uma solução ao problema dos moradores dessas ocupações, entrou com um pedido na justiça de Reintegração de Posse dos terrenos pertencentes ao município.

Segundos dados da Companhia Municipal de Habitação (Cohab), atualmente cerca de 47 mil famílias não possuem moradia em Londrina, sendo que 15,5 mil vivem com renda inferior a mil reais por mês. Dentre essas famílias, 26% estão localizadas na zona norte (onde ocorreram as ocupações) e 22% na zona leste (próximo a região da rodoviária). Ainda segundo os dados da Cohab, serão necessário 4,76 bilhões de reais para sanar o atual déficit na cidade.

Ocupar e resistir

O ano de 2013 foi marcado pelo retorno da classe trabalhadora brasileira às ruas. Se junho foi o mês das grandes passeatas, o segundo semestre trouxe um aumento crescente das ocupações urbanas como as ocorridas em Osasco e Belo Horizonte. A explicação para isso é bastante simples: é impossível a uma família que ganha até três salários mínimos adquirir moradia. O preço dos aluguéis é alto demais, chegando a consumir até 50% da renda de quem já vive com muito pouco e com a volta da inflação, o quadro se agravou ainda mais.

Os programas governamentais atendem um percentual insignificante de famílias de baixa renda. O Minha Casa, Minha vida – programa do governo federal muito propagandeado pela presidente Dilma, garante o repasse de recursos para as grandes empresas que, por questões econômicas, optam por não construir moradias para a população que recebe até 3 salários mínimos. A consequência disso é que o número de casas entregues para famílias com essa faixa de renda não consegue suprir sequer a nova demanda gerada, quem dirá diminuir o déficit habitacional.

É esse quadro de desalento que faz com que milhares de famílias optem pela ação direta e por ocupar terrenos abandonados na cidade. Tentam assim garantir na luta um direito que lhes é negado pelos governos. 

Só a luta muda a vida!

Terminou hoje o prazo dado pela justiça para a saída dos 600 moradores que ocupam a área que pertence ao município de Londrina. Nós, do PSTU, somos contra a retirada desses moradores sem que seja oferecida um alternativa de moradia digna para as famílias.

Não quemos nunca mais ver desocupações como a que aconteceu no Pinheirinho, em São José dos Campos, na qual mulheres foram agredidas e violentadas e duas mil famílias perderam seus lares. Para nós, é necessário um programa que atenda realmente a população mais pobre que necessita de medidas governamentais que atestem seus direitos a moradia.

Que a luta dos moradores do Pinheirinho sirva de exemplo aos lutadores de Londrina. Pois foi essa luta que possibilita agora a construção de um bairro, com novas casas, que será a moradia dos lutadores de São José dos Campos. Temos a clareza de que as novas moradias são frutos da pressão popular sobre os governos federal, estadual e municipal.

Força companhei@s!

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