segunda-feira, 19 de novembro de 2012

O HÉLICOPTERO DE RICHA, A DÍVIDA PÚBLICA E AS OPÇÕES DE CLASSE DO GOVERNO DO PSDB


Avanilson Araújo, Presidente estadual do PSTU-PR
Ex-candidato a governador do PR e a prefeito de Curitiba.

O governo do Paraná estimou para o ano de 2013 um orçamento de mais de R$ 35 bilhões. Com todos estes recursos em mãos o governo Richa (PSDB) divulgou esta semana uma notícia interessante, demonstrando que governa de forma elitista e sem compromissos com o povo trabalhador: o governo comprará um helicóptero! Isso mesmo um helicóptero, pela bagatela de R$ 13,5 milhões.

Segundo o informe, o equipamento seria utilizado para as ações da Defesa Civil, no entanto, poderiam também ficar à disposição do governador Beto Richa. No ano passado o governo já havia gasto mais de R$ 2 milhões para alugar, sem licitação, um avião a jato e outro helicóptero. Além disto, no início deste ano a Copel já havia adquirido um avião turboélice no valor de R$ 16,9 milhões que também ficaria à disposição do governador.

Sem contar o gosto de Beto Richa por andar nas nuvens, o problema do gasto público deve nos fazer levantar a discussão de que o orçamento público é utilizado como um instrumento de acumulação de capital e de suporte para os negócios dos grandes empresários e capitalistas que sustentam este governo.

Ao mesmo tempo em que divulga estes gastos a administração estadual emitiu um decreto determinando a redução de 20% nas despesas administrativas.

Fazer mais com menos    

O discurso do PSDB ao tomar posse é de que faria mais ações com menos recursos, procurando adaptar as contas públicas a uma lógica empresarial de resultados, competitividade e metas. A mesma política aplicada na Prefeitura de Curitiba através das parcerias público-privadas, terceirizações e privatizações dos serviços públicos de saúde, educação, transporte e que foram massivamente rejeitadas pelos trabalhadores nas eleições municipais, com a derrota de seu fiel escudeiro Luciano Ducci (PSB).

Um discurso político e ideológico que procura esconder os verdadeiros interesses de como se governa para os ricos e empresários. Aqui entra um tema fundamental no debate: a dívida pública é uma alavanca dos negócios de grandes empresas que se nutrem dos recursos públicos para aumentar seus lucros e privatizar os serviços e direitos sociais.

Segundo o projeto de lei orçamentária para 2013, o Paraná tem uma dívida consolidada de mais de R$ 22 bilhões:

"Ao final do exercício de 2011, o valor da Dívida Pública do Estado, incluindo as obrigações intragovernamentais, totalizava R$ 22.141.261.090,00, sendo 14,15% da Dívida Flutuante, 80,00% da Dívida Consolidada e 5,85% de Outras Dívidas".

Esta dívida representaria hoje o equivalente a 62% do orçamento anual, isso sem considerar que ela ainda se prolongará por dezenas de anos. Nela se inclui a dívida do Banestado, ocasionada pela entrega do único banco público do Paraná para o grupo Itaú, com o voto decisivo do então Deputado Estadual Beto Richa (PSDB) que era da base de apoio do governador Jaime Lerner.

E é preciso recordar que este mesmo governador que fala em conter gastos aumentou as tarifas públicas em valores abusivos: mais de 270% (Detran), aumento da tarifa de água e esgoto da Sanepar, somente este ano, em 16,5%, aumento da tarifa dos ônibus intermunicipais em mais de 7%. Ou seja, de um lado, o discurso da contenção de gastos e, de outro, gastos excessivos com o próprio governo e o encarecimento do custo de vista para a população trabalhadora.

Os gastos sociais previstos: um governo dos ricos

Enquanto isto a administração pública estadual promete aplicar: a) 12,26% com saúde; b) 1,41% com habitação; c) 2,04% com saneamento; d) 0,24% com cultura; e) 18,36% com educação e f) 0,14% com trabalho.

Ou seja, os gastos sociais do governo estão bem abaixo dos gastos com a manutenção da mesma máquina burocrática que permite ao governo gastar milhões para comprar helicópteros enquanto a saúde estatal é um verdadeiro caos, faltam mais de 270 mil moradias populares para os trabalhadores, nossas estradas estão uma tragédia que literalmente tem tirado a vida de milhares de paranaenses ao custo dos interesses das empresas de pedágio, que seguem engordando suas contas, enquanto mais uma CPI é arquivada a mando do governo do PSDB.

Por isso o PSTU, tem procurado desde a posse do atual governador do PSDB, se dedicar a dialogar com os trabalhadores e oprimidos sobre o verdadeiro caráter de classe deste governo: conter os gastos sociais às custas da privatização dos serviços públicos essenciais para a população trabalhadora.

Nos posicionamos abertamente contra a aquisição de helicópteros e contra a privatização da saúde, das estradas paranaenses e defendemos a imediata suspensão do pagamento da dívida pública, inclusive a dívida do Banestado, para que os recursos públicos sejam utilizados, sob o controle dos trabalhadores para melhorar suas duras condições de vida.

Enquanto um trabalhador estiver sem casa no Paraná é um abuso comprar um helicóptero que será pago por todos nós.

* Nota do blog do PSTU Curitiba: http://pstucuritiba.blogspot.com.br/2012/11/o-helicoptero-de-richa-divida-publica-e_6.html


terça-feira, 6 de novembro de 2012

GOVERNO BARROS/PUPIN: NOVAMENTE AMEAÇA DE DESPEJOS!


Por João Jorge, da direção regional do PSTU

Apenas uma semana após o 2º turno das eleições em Maringá, que deu a vitória ao candidato da situação Roberto Pupin (PP), aliado da família Barros, os trabalhadores, a juventude e os setores mais oprimidos da cidade já recebem o primeiro “presente de grego” de uma gestão que continuará a mesma política excludente, e já se pode perceber o que vem por aí e vai continuar acontecendo como na atual gestão. Trata-se da ameaça de despejo das famílias que hoje se encontram em casas do Guaraca. Um absurdo que desrespeita completamente a Constituição Federal de 1988, que estabelece em seu artigo 6º o direito social à moradia digna.


MORADIA É UM DIREITO CONSTITUCIONAL QUE NÃO DEVE SER ATACADO! 
MAS, NOVAMENTE A HISTÓRIA SE REPETE!

Em meados de junho/2011 diversas casas foram ocupadas próximas ao Conjunto Atenas, em Maringá, por conta do déficit de moradias na cidade e os altos aluguéis cobrados. O governo de Sílvio Barros II (PP), que já tinha Pupin como seu vice-prefeito, na época entrou com pedido de reintegração de posse e tentou despejar as famílias, as quais resistiram bravamente, junto com integrantes de movimentos populares, sindicais, estudantis, partidos políticos, entre outros. Tamanha crueldade seria cometida, mesmo com muitas crianças a ser arrancadas de suas casas e sem entender absolutamente nada. Vendo que não conseguiria sucesso apelando para o uso da força bruta de policiais militares, o prefeito tentou usar de outro artifício, cooptar cada morador oferecendo-lhes moradias em outros pontos da cidade, o que segundo relatos dos mesmos, eram lugares onde não havia escolas, postos de saúde, creches, nem outros serviços públicos do município. Barros sabia muito bem o que queria, acabar com aquele foco que lutava por moradia, dividindo-os. Agora a história parece se repetir, mas de maneira mais cruel. Não há promessa de novas moradias e sim, a ameaça de jogar trabalhadores (em sua maioria mulheres) e crianças na rua!

A MUDANÇA CONTINUA EM MARINGÁ? MARINGÁ COMO RETRATO DA DESIGUALDADE

Segundo material divulgado por um candidato a vereador, e ex-secretário de habitação de Maringá, foram entregues pouco mais de 3.000 unidades, entre casas e apartamentos, 3.038 exatamente durante os 4 anos da gestão atual. Além do baixíssimo número de unidades entregues, Maringá se destaca negativamente por ter o aluguel médio mais caro do estado do Paraná, onde quem lucra alto são os setores imobiliário e da construção civil da cidade. Não dá orgulho de viver em Maringá! Se as famílias tivessem onde morar, não precisariam ocupar casas para ter um teto.

PRECISAMOS DE MORADIAS PARA TODAS AS FAMÍLIAS QUE PRECISAM!

Os trabalhadores e a juventude devem se apoiar nos movimentos populares que lutam pelo acesso à moradia, denunciar a crueldade que Barros/Pupin vêm tentando cometer com a expulsão das famílias e exigir a permanência nestas casas (ou em moradias e locais decentes e estruturados), e que Barros/Pupin tratem de investir imediatamente em moradias, inclusive pelo sistema de mutirão. Que nenhuma família seja despejada! Que o direito constitucional à moradia seja respeitado!