quinta-feira, 15 de abril de 2010

Infelizmente, não vai haver uma frente eleitoral classista e socialista



Eduardo Almeida Neto da Direção Nacional do PSTU e editor do Opinião Socialista



• Todos sabem que o PSTU defendeu uma frente eleitoral classista e socialista com o PSOL e o PCB. A crise atual do PSOL tornou essa frente impossível. Não vai existir um PSOL, mas dois partidos na campanha eleitoral. Um deles apoiando Plínio, outro fazendo campanha sem candidato a presidente. Se o PSOL não consegue sequer unificar a si próprio, como vai pretender ter o apoio de outros partidos para seu candidato à presidência?



Temos um grande respeito pela figura de Plínio de Arruda Sampaio, mas não somos árbitros entre as distintas alas do PSOL, e menos ainda uma corrente interna desse partido. Não temos alinhamento com nenhum de seus pré-candidatos e não vamos ajudar a legitimar um deles amplamente contestado pela outra parte.



Já tínhamos grandes diferenças programáticas com o programa democrático-popular defendido pela APS, a corrente majoritária no apoio a Plínio (assim como temos com o programa do MES-MTL, a corrente que apoia Martiniano). A APS defende um programa democrático-popular, semelhante ao apoiado pelo PT em todo o período de direitização desse partido, antes do governo Lula. Nós defendemos um programa socialista.



Defendemos, também, uma clara independência política e financeira em relação à burguesia, condenando explicitamente o financiamento da campanha pelas empresas privadas. Não vimos uma clara delimitação nesse sentido da parte do PSOL.



Mas agora, além das grandes diferenças de programa e em relação à independência da burguesia, surgiu outro impedimento objetivo e intransponível: a nossa proposta de frente era com o partido PSOL, e não com uma de suas alas.



Assim, não existirá uma frente de esquerda nessas eleições como a de 2006. O PCB já tinha manifestado que vai lançar candidatura própria. O PSOL não conseguiu se unificar, nem tampouco ajudar a unificar a esquerda.



Por esse motivo a pré-candidatura de Zé Maria se converterá na campanha “Zé presidente”. Será a expressão do programa socialista e classista que defendemos. Não haverá uma frente de esquerda, mas queremos que essa candidatura seja mais ampla que as fronteiras do PSTU. Chamamos todos os que quiserem ajudar a construí-la a somarem-se a nós.



O PSTU vai organizar seminários abertos para debater o programa da campanha. Todos e todas que seguem empunhando a bandeira do socialismo, todos e todas que, neste país, estão engajados na luta da nossa classe contra a exploração capitalista estão convidados a tomar parte nesta jornada.

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