segunda-feira, 21 de junho de 2010

Trabalhadores gregos organizam nova greve geral 

Leia o relato do dirigente Sotiris Martalis, que esteve no Congresso da Conlutas e no Conclat, sobre os últimos acontecimentos na Grécia
Sotiris Martalis, de Atenas

O governo da Grécia anunciou uma nova lei sobre as relações trabalhistas. É importante notar que essa lei não será votada no Congresso. Ao invés disso, será ratificada como lei de Estado, como um decreto presidencial. A esquerda acredita que este ato viola a Constituição.

Em essência, a nova lei acaba com os Acordos Coletivos entre patrões e empregados. O salário mínimo não será determinado pelo Acordo Nacional Coletivo, mas por um decreto presidencial. A compensação para os trabalhadores demitidos será reduzida a 50% (quando o empregador avisa o trabalhador quatro meses antes da demissão).

A maior federação sindical, a GSEE (Conferederção Geral dos Trabalhadores no Setor Privado) e ADEDY (Confederação Geral dos Trabalhadores públicos) convocaram uma greve geral de 24 horas no dia 29 de junho.

Os sindicatos já discutiram sobre uma próxima greve nos primeiros dias de julho, quando o governo planeja impor sua nova lei sobre o Serviço de Seguridade social e as pensões. Queremos destacar que a greve de 29 de junho é a 5ª greve geral desde o início do ano.

Os trabalhadores do metrô estão em greve por três dias e vão continuar na segunda feira, por decidirem continuar com greves de 24 horas. Essa greve foi convocada para evitar a demissão anunciada de 289 trabalhadores, que deveria acontecer em agosto. Em solidariedade com os metroviários, os trabalhadores de todo o transporte público também estão organizando paralisações.

VÍDEO: SOTIRES MARTALIS, no ato da pré-candidatura Zé Maria


Leia entrevista com Sotires Martalis, trabalhador grego, durante o Conclat

terça-feira, 8 de junho de 2010

ZÉ MARIA E CACAU FALAM SOBRE OS CONGRESSOS E A RUPTURA

NOVA CENTRAL É FUNDADA, MAS INTERSINDICAL ROMPE COM O CONGRESSO
Setor minoritário abandona o Conclat, com o argumento da discussão sobre o nome da nova entidade

Direto de Santos (SP)

Milhares e milhares de ativistas sindicais se reuniram para eleger cerca de três mil delegados que se deslocaram de todo o país para Santos, com a proposta de fundar uma nova central. Existia um amplo acordo de formar uma central que fosse uma alternativa às centrais governistas, e com uma plataforma de ação para as lutas imediatas dos trabalhadores. Também houve acordo entre todas as forças convocantes do congresso de que as diferenças que existissem deveriam ser resolvidas pela base, no próprio congresso.

No entanto, depois de perderem a votação da última diferença, sobre o nome da entidade, a Intersindical, a Unidos para Lutar (CST), e o Movimento Avançando Sindical (MAS) romperam com o congresso, desrespeitando não só os outros delegados, mas também as regras sob as quais foi convocado o congresso.

Esses setores não aceitaram a proposta vitoriosa de nome: Conlutas-Intersindical. Central Sindical e Popular (CSP). Terão que explicar em suas bases porque rompem com um congresso em função de algo como o nome da entidade.

Essa discussão tinha como pano de fundo uma negação sectária por parte da Intersindical de que houvesse qualquer menção da Conlutas no nome da nova entidade. Queriam, assim, negar a rica contribuição dada nestes seis anos que a Conlutas existiu, como nas grandes mobilizações do funcionalismo contra a reforma da Previdência, nas duas grandes marchas a Brasília, na luta contra as demissões da Embraer, e em inúmeras greves pelo país.

Eles argumentam contra o “hegemonismo”. Que hegemonismo é esse, se o nome proposto era “Conlutas-Intersindical”? Na verdade, o que se queria era impor, de forma sectária, a exclusão de qualquer menção à Conlutas na nova central.

Estava em discussão, porém, mais que um nome. Estava em questão a metodologia da democracia operária. A Intersindical queria impor um critério do tipo “ou aceitam o que eu quero, mesmo sendo minoria, ou eu rompo”. Ou seja, não pode existir uma participação das bases em decisões, prevalecendo apenas o consenso entre as correntes políticas.

Se a nova central já nascesse com essa característica, nasceria morta. Amanhã viria o mesmo método em todas as questões políticas e se imporia a paralisia e o burocratismo. Por este motivo, o Conclat foi convocado de comum acordo, com outro critério, de que as diferenças seriam resolvidas através de votações dos delegados, ou seja, pela democracia operária. Foi com essa democracia que a Intersindical rompeu.

Uma nova central
O congresso, ao constatar a ruptura, resolveu manter todas as votações, definir uma direção provisória e chamar as correntes que romperam a repensarem sua atitude e recompor a unidade.

A nova central Conlutas-Intersindical-Central Sindical e Popular foi fundada. Mais fraca do que poderia ser, se não houvesse a ruptura. Os delegados do congresso elegeram uma direção provisória com 21 nomes para funcionar até a próxima reunião, daqui a dois meses. A nova entidade já vai se expressar na luta de classes contra o veto do governo Lula ao fim do fator previdenciário. Junto com isto, continuará a chamar a Intersindical a recompor a unidade.

Retomar a unidade
Os que permaneceram no congresso fizeram uma avaliação da crise aberta. Janira Rocha, do MTL, afirmou que desde o início o movimento vem lutando pela unidade, mediando os conflitos entre os diferentes setores e defendeu a retomada dos esforços pela unidade.

Guilherme Boulos, dirigente do MTST, criticou a postura da Intersindical. ”Nós votamos a favor do nome ‘Central Classista dos Trabalhadores’, pois não concordávamos com o nome que os companheiros da Conlutas propuseram, mas nem por isso deixamos de estar aqui”, afirmou, lembrando que a necessidade de organização da classe trabalhadora ”está acima dessas questões”. Ele fez críticas ao PSTU mas terminou reafirmando que o MTST ”estará presente nessa nova central que estamos construindo” e que ”a partir do momento que terminar esse congresso devemos retomar todos os esforços para costurar novamente essa aproximação”.

José Maria de Almeida, o Zé Maria, afirmou em sua avaliação que “o caminho da construção da unidade não é uma luta fácil”. Sobre a polêmica, Zé Maria afirmou que o nome Conlutas não é de nenhuma força majoritária, mas um nome construído por milhares de trabalhadores por anos. Para o dirigente, a real polêmica envolvendo a retirada dos setores da Intersindical do congresso é o desrespeito à democracia operária. “Nenhuma força, seja ela minoritária ou majoritária, é dona de um nome ou de uma entidade. É sempre a base que deve decidir, e a base está aqui nesse congresso”, afirmou, sendo muito aplaudido.

Zé Maria lembrou do acordo realizado para os preparativos do congresso, de que qualquer polêmica que as direções dos setores não consigam resolver seria remetida à base. O sindicalista, porém, defendeu que sejam empreendidos todos os esforços para que esses setores retornem. ”Não é por nenhuma benevolência nossa, mas porque a nossa classe precisa”, disse, ressalvando, no entanto, que isso não pode se dar à custa da democracia operária.

Por fim, Zé Maria reafirmou a importância das resoluções do congresso e deixou claro que, já no dia imediatamente posterior ao congresso, a nova entidade estará nas ruas, atuando em defesa dos trabalhadores. ”Amanhã a Conlutas-Intersindical Central Sindical e Popular estará nas ruas e no próximo dia 14 estaremos no ato contra o veto de Lula ao fim do fator previdenciário”, afirmou.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

NA WEB: PORTAL ZÉ MARIA PRESIDENTE
zemariapresidente
Desde o último dia 5 está online o portal da pré-candidatura de Zé Maria à presidência. O portal concentrará videos e fotos da campanha, o debate programático, além de notícias diversas sobre a campanha.
Na página inicial é possível conferir um video postado na conta do YouTube do portal do PSTU defendendo uma segunda independência para o país, todo feito com animação em massinha.
Então fica o convite a toda companheirada que nos acompanha: Vamos divulgar o portal do Zé.

terça-feira, 1 de junho de 2010

ELEIÇÕES 2010
ZÉ MARIA, PRÉ-CANDIDATO DO PSTU AO CARGO DE PRESIDENTE DA REPÚBLICA, EM ENTREVISTA À TV ESTADÃO


ATUALIDADE DO SOCIALISMO NAS LUTAS E NAS ELEIÇÕES
Editorial do Opinião Socialista nº 405 

A crise econômica de 2007-2009 abalou fortemente a ideologia da supremacia do capitalismo. A grande campanha da “morte do socialismo”, difundida após a restauração do capitalismo no Leste Europeu, foi golpeada por uma crise econômica que colocou o planeta à beira de uma depressão semelhante à de 1929.

A gigantesca operação de contenção da crise feita pelos governos imperialistas, que injetaram 24 trilhões de dólares de dinheiro público para salvar as grandes empresas, conseguiu bloquear a queda livre da economia. Uma recuperação parcial se efetivou em 2009 sem resolver nenhum das contradições geradoras da crise. Ao contrário, seguiu a superprodução assim como uma enorme quantidade de títulos especulativos em mãos das grandes empresas. E se agravou ainda mais a situação, ao se gerar outra bolha financeira (a maior de todas), com o dinheiro dado pelos governos para as empresas transformado em mais capital especulativo.

Agora a crise europeia começa a derrubar mais uma ideologia do capital, de que a “crise acabou”. A grande bolha financeira começou a vir abaixo na Grécia, que está à beira da moratória, devendo arrastar também Portugal e Espanha. Junto com isso, o proletariado europeu (de maior tradição de lutas em todo o mundo) começou a se colocar em movimento, enfrentando os brutais planos de austeridade impostos pelo FMI.

O novo episódio da crise econômica, assim como a reação do proletariado europeu, reafirma a atualidade do socialismo. Não existe saída para crises econômicas do capital sem a expropriação das grandes empresas e a ruptura com o imperialismo.

Não existe possibilidade de lutar pelo socialismo sem que o proletariado se coloque decididamente em ação. Mesmo com o bloqueio das direções burocráticas, as greves gerais na Grécia e as mobilizações na Espanha e em Portugal indicam uma nova disposição para a luta e uma grande fermentação política na Europa.

Os trabalhadores e jovens no Brasil acreditam em sua maioria no governo, e acham que a crise não chegará ao Brasil. Estão enganados, e terão que fazer sua própria experiência para comprovar isto. É preciso levantar com força as bandeiras da luta dos trabalhadores e do socialismo para o Brasil de agora.

Existe uma parcela importante dos ativistas sindicais, estudantis e populares que entendem os sinais que nos chegam da Europa. Uma parcela importante deles estará reunida nos congressos da Conlutas e no Conclat. Estes congressos preparam o que pode ser a maior vitória do movimento de massas nesses dois mandatos de Lula: a criação de uma nova central unificada.

Essa nova central já nascerá sob as perspectivas abertas pelo novo episódio da crise econômica europeia. Terá de encaminhar um plano de lutas que se enfrente com suas consequências imediatas no Brasil, como o arrocho salarial do funcionalismo, a dureza do governo contra os aposentados, o corte nos gastos públicos.

E se preparar para grandes lutas quando a crise impactar de forma mais direta o país, com uma nova recessão que deve ocorrer durante o mandato do novo governo eleito em outubro. O enfrentamento da crise com as lutas diretas dos trabalhadores será muito mais fácil com a criação da nova central unificada a ser fundada em junho.

Essa é uma batalha fundamental, mas não a única. As eleições de outubro estão polarizadas entre duas propostas burguesas - Dilma e Serra - que defendem a continuidade do mesmo plano neoliberal do país. A “terceira via” de Marina Silva é, na verdade, mais uma alternativa do capitalismo.

Essas alternativas burguesas querem simplesmente enganar os trabalhadores. Dilma propõe “erradicar a pobreza até 2014”. Isso seria irrealizável sob o capitalismo, mesmo se não houvesse crise econômica. A desigualdade é a marca do capital, e basta ver a situação dos trabalhadores nos EUA, cada vez com maior pobreza, para entender a dimensão do engano defendido pelo governo Lula e sua candidata. Com a crise europeia, a proposta de Dilma aparece como mais uma das promessas eleitorais típicas das enganações da política burguesa. Serra, por seu lado, busca fazer esquecer o governo FHC, e aparecer como a “continuidade de Lula”. Marina quer aparecer como “algo novo” defendendo a política econômica dos governos FHC e Lula.

É necessário construir uma alternativa dos trabalhadores, claramente distinta dessas três propostas enganosas da burguesia. É possível afirmar uma alternativa socialista que dialogue com os trabalhadores e aponte o futuro, apostando na experiência inevitável com o novo governo eleito em outubro, seja Dilma ou Serra.

A pré-candidatura a presidente de Zé Maria expressa esse desafio. Apresenta um operário oposto à Lula e sua candidata. Isso concretiza um compromisso classista, em oposição a todos os acordos políticos e financeiros com a burguesia, seus representantes e partidos.

Tem a audácia de propor com clareza um programa socialista, que defende a estatização sob controle dos trabalhadores dos bancos e das grandes empresas multinacionais e nacionais. Defende a ruptura com o imperialismo e o não pagamento das dívidas externa e interna.

Infelizmente não foi possível construir uma candidatura unificada da oposição de esquerda, pelas diferenças programáticas existentes. Nessa situação, a candidatura de Zé Maria se propõe a expressar esse conteúdo programático classista e socialista, mais amplo que as fileiras do PSTU. Chamamos todos aqueles lutadores que estejam de acordo com a defesa aberta e clara de um programa socialista a se somar conosco e ajudar a construir essa campanha.
Grã-Bretanha: as eleições e a crise econômica

Leia abaixo a análise sobre a atual situação política e social na Grã-Bretanha. O artigo foi escrito por Bill Hunter, dirigente da International Socialista League – ISL, seção da LIT no país.

Bill Hunter, de Londres

As eleições gerais britânicas, realizada em 6 de maio, produziram um governo de coalizão entre conservadores e liberal democratas, a primeira coligação desse tipo do Tory (partido conservador) desde o período de 1931 a 1945.

A campanha intensiva dos meios de comunicação sobre a campanha eleitoral não correspondeu à falta de entusiasmo sentida pela maioria dos trabalhadores. Portanto, houve uma tentativa de gerar interesse em um nível de campanha presidencial americana, com debates de TV entre os três líderes dos partidos e, em seguida, novas tentativas para animar o clima com a previsão de que o governante Partido Trabalhista seria empurrado para o terceiro lugar pelo "Obama" chamado Nick Clegg e seu partido liberal democrata. De acordo com as pesquisas, era provável que seu partido dobrasse o número de assentos parlamentares que poderia ganhar.

No entanto, apesar de um governo trabalhista profundamente impopular, os liberais democratas na verdade acabaram com menos assentos que na última legislatura, e os Tories não conseguiram ganhar o controle total. Havia um medo real sentido pelos trabalhadores de um retorno ao governo conservador, que conduziu a um aumento na votação dos trabalhistas.

A eleição foi seguida de pouco mais de uma semana de decisões e acordos de bastidores que resultaram na assinatura de um acordo dos liberais democratas com os Tories. Descartando assim alguns de seus duradouros "princípios" para formar um governo de coalizão com os conservadores.

O futuro deste governo é desconhecido, e é provável que os dois partidos vivam maus bocados, na medida em que os princípios são comprados e vendidos. Mas a única certeza é que a classe operária vai ver futuras tentativas de prejudicar os seus direitos e qualidade de vida, que irão aguçar conflitos dentro dos dois partidos. À medida que a campanha da liderança do Partido Trabalhista não funcionou, os candidatos estão falando sobre o "próximo" trabalhismo, “confessando” que os erros anteriores foram em não ser fortes o suficiente em matéria de imigração, comportamento anti-social e benefícios sociais. Sem mudança de direção, há uma continuidade na passagem mais à direita, a fim de aumentar e aprofundar o controle sobre a classe trabalhadora.

Esta eleição demonstrou claramente o nível de consenso entre os três partidos na maioria das políticas, e também no que diz respeito à crise financeira e ao nível de endividamento. Não há margem para dúvidas de que a intenção é golpear a classe operária e fazê-la pagar.

Alternativas
As principais alternativas de esquerda nas eleições eram quase invisíveis, o que incluiu a Coalizão Socialista e Sindical controlada pelo Partido Socialista, o Partido Socialista dos Trabalhadores e o radical Respeito, liderado por George Galloway. Com poucas exceções, todos os assentos ganhos por um candidato de extrema-esquerda em 2005 viram um declínio acentuado de votação em 6 de maio.

A corrente Respeito tem uma base na classe trabalhadora asiática. Ela alcançou os melhores resultados com Abjol Miah em Londres (16,8% - terceiro), Salma Yaqoob em Birmingham (25,1% - segundo) e George Galloway em Londres, que perdeu seu assento parlamentar, com 8.160 votos (17,5 %). Como a Grã-Bretanha não tem nenhuma representação proporcional, nenhum assento foi ganho com estes resultados. Em geral, suas raízes nas comunidades da classe trabalhadora são limitadas.

Tanto o Partido Nacional Britânico (fascista) e o Partido da Independência do Reino Unido (extremamente antiimigrante) ganharam votos significativos, mas eles não ganharam assentos parlamentares. As principais posições tomadas pelos dois partidos de extrema direita são antimuçulmanas e antiimigração. No entanto, todos os principais partidos apoiam o reforço das leis antiimigração, e os liberais democratas seguirão este caminho. Estas são perguntas-chave que devem ser abordadas na construção de qualquer movimento para combater os ataques do capitalismo em toda a classe trabalhadora.

A crise da dívida
A quebra da economia no mundo e na Grã Bretanha em 2008 foi citada ao longo das eleições como algo que já passou, e que há uma lenta recuperação em curso. Não houve sugestão de que estamos no início de um novo período de queda. Os três principais partidos proclamam publicamente que estamos fora do pior da crise e em fase de recuperação, já que os bancos foram socorridos, e que agora é apenas uma questão de pagar a dívida pública. Houve também um acordo total de que o setor público e a classe trabalhadora terão que pagar uma dívida contraída pelos bancos e especuladores financeiros. Os partidos só diferiam quanto à questão de quando e em que velocidade.

A dívida do Reino Unido até o final de 2010 está prevista para estar acima de 180 bilhões de libras, o que fará com que seja o maior devedor da Europa. A dívida total da Grã-Bretanha tem crescido ao longo dos anos, passando de menos de 40% do PIB para 60%. Desde 2008, futuras quebras foram evitadas pelo programa de compra de títulos maciço realizado pelo Banco da Inglaterra - proporcionalmente, este foi o maior do mundo. Isto tem mantido até agora as taxas de hipoteca em níveis anormalmente baixos.

O governo britânico foi capaz de financiar um déficit orçamental de 12,5% do PIB, o equivalente ao da Grécia, a uma taxa de juros de mais de dois pontos percentuais inferior, e só porque o Banco da Inglaterra comprou a maioria dos títulos que emitiu no ano passado. Mas é incapaz de sustentar a compra a tal nível.

Sucessivos governos têm ocultado a dimensão da dívida, por exemplo, todas as dívidas devidas a empresas privadas através da PFI (Iniciativa Financeira Privada) são definidas como não sendo parte da dívida pública; e também exclui do cálculo a conta de pensões que o governo vai ter que pagar.

A precariedade da economia britânica tornou-se visível em 2007, quando os mercados financeiros internacionais começaram a elevar as taxas de juros. Isso levou o Northern Rock Bank à falência e ameaçou muitos outros bancos e sociedades.

O declínio da indústria
Após a Segunda Guerra Mundial, quase metade dos trabalhadores na Grã-Bretanha estavam empregados na indústria de transformação, e hoje essa produção responde por apenas 13% da economia. A indústria, que já representou quase 40% da produção do Reino Unido, agora responde por menos de 20%. Mesmo durante os chamados anos de boom da era Blair, estava em declínio, e tem diminuído progressivamente ao longo dos últimos 30 anos, em parte devido à concorrência do exterior. É o setor financeiro e o de serviços que têm crescido com um nível extraordinariamente maior de capital especulativo.

A crise econômica mundial continua, e a concorrência capitalista dos EUA, Europa, China e outros países está minando a economia britânica. A continuação da crise está dando à Alemanha e à França um controle reforçado da Europa, ao mesmo tempo em que procuram expulsar o capital britânico de suas fortalezas na Europa.

O jornal Financial Times e comentaristas burgueses têm sugerido que a única saída para a atual crise é aumentar as exportações britânicas, porém, a causa fundamental da crise é o excesso da produção de commodities. Então, retomar a indústria britânica está fora de questão.

Governos de coalizão
O Partido Trabalhista recebeu uma menor percentagem de votos do que durante a depressão da década de 1930. Em 1931, um governo nacional de conservadores, liberais e “traidores” trabalhistas tomou o poder. Essa aliança começou fazendo ataques maciços contra a classe trabalhadora. Eles reduziram drasticamente o seguro-desemprego em 20%, introduziram um brutal programa assistencialista baseado na renda (o “means test”), que separou famílias, mandaram muitos trabalhadores para as desumanas e degradantes “casas de trabalho”, e levaram milhões para uma pobreza profunda e duradoura. A economia só começou a se recuperar no curso da nova guerra mundial e nunca se recuperou completamente até depois da guerra, com o "boom" começando apenas nos anos 1950.

O novo governo de coalizão falou suavemente quando tomou posse, mas quase que imediatamente começou a empunhar o machado. Eles anunciaram 6 bilhões de libras em cortes sobre o que já estava em curso, como o corte de 1 bilhão de libras sobre o ensino superior que começou este ano, sob o governo trabalhista. Então, em 18 de maio, a organização de patrões (CBI) exigiu um congelamento dos salários de dois anos para o setor público e a privatização dos restantes serviços públicos.

O governo está ciente de que, impondo medidas de austeridade contra a classe trabalhadora, corre o risco de viver uma situação “grega” e, como diz o ditado, está tentando "pegar um tigre pelo rabo", porque eles temem que sejam comidos!

Hoje, o governo, com a ajuda das burocracias sindicais, vai procurar amarrar os trabalhadores. Mas os trabalhadores não estão derrotados como estiveram nos anos 1930, e vivem em um continente onde os trabalhadores são fortes e já estão fortemente resistindo aos ataques e às medidas de austeridade impostas sobre eles, como na Grécia.

Traições dos trabalhistas
Agindo cuidadosamente, o governo de coalizão não anunciou uma completa privatização dos correios, algo que os governos Thatcher e Blair não conseguiram, devido à militância dos trabalhadores do setor e ao apoio do público. Um plano foi anunciado para a "privatização parcial da Royal Mail (...) uma injeção de capital privado na Royal Mail, mas que manterá a estatal de propriedade pública em geral", já que o medo das reações dos trabalhadores continua forte.

O trabalhismo se tornou profundamente impopular entre os trabalhadores, que se sentiram traídos e excluídos por causa das privatizações, do aumento da desigualdade, da decadência do Serviço Nacional de Saúde (NHS), das leis sindicais, do aumento do desemprego e do trabalho precário, das guerras no Iraque e no Afeganistão, do escândalo das despesas de parlamentares etc.

O direito dos trabalhadores à greve foi atacado por uma série de leis dos trabalhistas, em uma tentativa de controlar o crescente descontentamento. Durante o ano passado, o sindicato dos transportes (RMT) teve sete greves declaradas ilegais pelos tribunais. Este ano o Unison, o sindicato do setor público, foi forçado a cancelar a greve pela mesma razão.

Desemprego
Na Inglaterra, o desemprego continua crescendo desde a crise financeira de 2008. Mesmo assim, durante a campanha eleitoral, os três partidos não falaram sobre o desemprego, quando isso é de interesse central para a maioria dos trabalhadores. Segundo o Instituto Nacional de Estatística, "a taxa de desemprego nos três primeiros meses de 2010 foi de 8%, 0,2% mais que no trimestre anterior", que é o valor mais elevado desde os três últimos meses de 1994.

No entanto, isso é apenas um flash da situação, porque o número de empregados e trabalhadores por conta própria trabalhando em meio período porque não conseguiram encontrar um emprego a tempo completo aumentou em 25 mil no trimestre para alcançar 1,07 milhão, o número mais elevado desde que os registros comparáveis começaram, em 1992. O número de empregos a tempo integral caiu em 103 mil, e o número de empregos a tempo parcial aumentou em 27 mil.

Os que pedem o seguro-desemprego (provisão para procurar emprego) diminuíram no mesmo período para 1,52 milhão, mas a taxa de emprego foi de 72%. Isso é devido aos enormes obstáculos criados pelo governo trabalhista enfrentados pelos trabalhadores quando pedem o benefício, medidas que começam a refletir as duríssimas medidas dos anos 1930.

Desafios para o futuro
A legislação antisindicatos é um desafio central para o movimento sindical. Até agora, as principais lideranças sindicais aceitaram mais de 30 anos da legislação antisindical, sem realmente tentar combatê-la, enquanto alguns setores de trabalhadores, como o dos correios, agentes penitenciários e trabalhadores da construção civil do petróleo têm muitas vezes ignorado as leis, e o Estado tem sido incapaz de deter seus movimentos.

As correntes de esquerda nos sindicatos devem fazer um chamado nacional para forçar os seus sindicatos a se preparar para os ataques que estão chegando. Haverá profundas e contínuas medidas de austeridade, os maiores ataques desde os anos 1930. Salários e condições de trabalho, o estado de bem-estar social e os serviços públicos foram ganhos devido a longas e duras lutas dos trabalhadores, mas eles vão desaparecer ou ser drasticamente reduzidos se uma luta para mantê-los não está preparada. Os dirigentes sindicais estão apenas com medo de perder suas finanças e aparatos, então irão conduzir uma luta nos tribunais, mas não estão dispostos a lutar nas ruas. No entanto, quando os trabalhadores expressam sua raiva à medida que o desemprego aumenta e os ataques começam, os sócios dos sindicatos começam a perceber a necessidade de uma verdadeira liderança trabalhista.

Criminalização dos trabalhadores e “islamofobia”
Existem três leis que constituem os maiores perigos para a classe trabalhadora e que estão relacionadas: as leis antissindicatos, os controles de imigração e as chamadas leis antiterror. O principal objetivo desta legislação é dividir a classe trabalhadora, aumentando o clima de "medo" e a desconfiança, procurando culpar os "outros" pela crise econômica, o desemprego e a destruição dos serviços.

No ano passado, 12 estudantes paquistaneses foram presos em Liverpool e Manchester através das leis antiterror. Gordon Brown anunciou então que um grande complô terrorista tinha sido evitado. No entanto, a polícia, que poderia tê-los prendido por 28 dias, liberou todos eles após 14 dias sem acusação formal, pois não houve provas. No entanto, eles foram mantidos na prisão sob a lei de imigração porque seus vistos de estudante haviam sido revogados, por isso foi também alegado que eles representavam uma "ameaça à segurança nacional".

O juiz de imigração "ofereceu" aos alunos a opção de retornar ao Paquistão, ou permanecer na prisão por pelo menos mais 18 meses. A maioria voltou para casa, mas dois permaneceram na Inglaterra para lutar e limpar seus nomes. No entanto, embora eles tenham vencido a deportação forçada, enfrentam "o pior dos mundos" e estão sujeitos às ordens de controle notoriamente brutais e cruéis. A nova coalizão, infectada pelo clima histérico que foi estabelecido pelo novo governo trabalhista, e a indiferente e viciada mídia não conseguiram sequer questionar qualquer possibilidade de sua inocência, rotulando-os de terroristas ligados a uma trama da Al Qaeda. O veredicto do tribunal kafkiano secreto, SIAC, condenou esses jovens sem ter que revelar a eles ou a qualquer outra pessoa qualquer prova ou evidência usada para condená-los.

As leis antiterroristas têm sido usadas contra um operário da construção que faz um piquete, militantes que viajam para a conferência do clima de Copenhagen para protestar e muitos outros manifestantes pacíficos. O problema é que a maioria das lideranças sindicais está ignorando esses ataques, como fazem os principais grupos revolucionários na Grã-Bretanha, como o Partido Socialista dos Trabalhadores (SWP) e o Partido Socialista, que não têm programa de luta contra essas leis como um todo. Mas essas leis estão prontas para serem aplicadas a cada pessoa na Grã-Bretanha e serão utilizadas para criminalizar o conjunto da classe trabalhadora, quando necessário.

Lutas da classe operária
Enquanto este artigo estava sendo escrito, uma greve não oficial começou perto de Liverpool em um estaleiro que se opõe à ameaça de demissões devido às encomendas em declínio. Uma série de greves contra os ataques à educação têm sido bem sucedidas, e receberam grande apoio das comunidades locais. Os funcionários da British Airways estão prestes a realizar uma greve de cinco dias. Isto ocorre após um recurso bem-sucedido em uma sentença anterior dizendo que a greve era "ilegal". Estas e outras lutas atualmente desconectadas são a expressão do descontentamento crescente que já existe por baixo de uma aparentemente “tranquila” superfície.

Os ataques de austeridade contra os trabalhadores na Grécia estão aparecendo antes que para os trabalhadores na Grã-Bretanha. As correntes sindicais de esquerda devem estar preparadas para apoiar os movimentos de greve iminente, incluindo as greves 'não oficiais' e as lutas contra as leis racistas e antimuçulmanas de imigração, além das leis "antiterror". Aqueles que querem dar liderança à classe só podem fazê-lo através da construção de movimentos por princípio internacionalistas na classe operária. Eles têm que construir o movimento de desempregados nas comunidades e sindicatos e defender todos os trabalhadores.

Os planos de austeridade são paralelos ao “poll tax” (cobrança de Thatcher de um imposto comunitário a todos os trabalhadores), já que eles vão atacar todos os setores dos trabalhadores, ao mesmo tempo. Como a luta anti-“poll tax”, em 1990, dos mineiros, em 1985, e dos estivadores, em 1997, não há dúvida de que haverá uma luta tremenda em uma situação nova, onde as convulsões internacionais serão ampliadas em um capitalismo britânico cada vez mais decadente.

Em maio, o Financial Times informou que a dívida terá de ser paga novamente em 50 bilhões de libras por ano, por muitos anos, e que o governo terá de enfrentar o desafio político. Sem sombra de dúvidas, eles estão olhando para a Grécia. Estamos entrando em tempos interessantes e voláteis, na medida em que todas as promessas do pós-guerra estão prestes a ruir, como o estado do bem-estar social, graças aos movimentos de massas dos trabalhadores britânicos, que obrigaram o capitalismo a ceder.

O período de recessão, com seus fluxos e refluxos, impulsionado pela evolução da situação internacional e pelo papel da Grã-Bretanha no mundo, abre um período revolucionário. Na superfície, a Grã-Bretanha parece muito longe disso, mas basear um prognóstico nos acontecimentos aparentes seria cair no velho inimigo do marxismo, o empirismo britânico. A mensagem para a classe operária foi colocada audaciosamente nas muralhas da Acrópole, na Grécia: "povos da Europa, levantam-se!”.

segunda-feira, 31 de maio de 2010

PRÉ-CANDIDATURA DO PSTU NO ESTADO É NOVAMENTE VEICULADA PELO JORNAL "O ESTADO DO PARANÁ"

Pequenos partidos já estão com candidaturas definidas

Elizabete Castro e Roger Pereira

Entre os pequenos partidos que vão disputar a sucessão estadual no Paraná, não há intrincadas composições em curso. Nem indecisão. Quatro partidos já confirmaram candidaturas próprias.

Menos conhecidos dos eleitores, mas já anunciados pelos seus partidos estão o advogado Lineu Tomass, o ex-vereador Paulo Salamuni, o advogado maringaense Avanílson Araújo e o funcionário público federal Luiz Felipe Bergmann.

Tomass é o pré-candidato do PMN e já sabe como irá tentar fisgar a simpatia e o voto do eleitor. “Tem partido grande com candidato pequeno, eu sou o candidato grande em partido pequeno. O povo não acredita em partidos, acredita nos candidatos, mesmo porque, partidos políticos no Brasil não cumprem uma vírgula de seu programa”, declarou.

Salamuni concorrerá pelo PV e acha que a candidatura da senadora Marina Silva à presidência da República tem popularidade suficiente para alavancar as candidaturas do partido em todos os estados.

“Hoje temos três candidatos a presidência. O José Serra, que é quase do tamanho do PSDB. A Dilma Rousseff, que é menor que o PT. E a Marina, que é maior que o PV. Temos que aproveitar do prestígio da Marina para chegar aos eleitores paranaenses”, afirma.

Avanílson Araújo foi o escolhido pelo PSTU para a disputa. Ex-advogado do MST e responsável pelo relatório de cassação do ex-prefeito de Sarandi Milton Martini (PP), Araújo é pré-candidato após o insucesso da chapa única da frente de esquerda, com PSTU, PSOL e PCB.

Com poucos recursos e tempo mínimo no rádio e TV, Araújo diz que fará campanha “nos canteiros de obra, no chão das fábricas e nas escolas”. Luiz Felipe Bergmann é o pré-candidato do PSOL.

Ele acha que a campanha não será fácil já que o PSOL perdeu o chamariz, a ex-candidata a presidente Heloisa Helena, que agora irá disputar uma vaga no Senado por Alagoas.

Como pré-candidato a presidente está um dos ex-fundadores do PT Plínio de Arruda Sampaio. “Não desprezamos a eleição de parlamentares, mas a prioridade é o projeto nacional e o discurso socialista. Mas é importante fincar o pé na Câmara e na Assembleia. Aqui no Paraná, com a crise da Assembleia e o PT indo para a direita, com o Osmar Dias, abrirá espaço para renovação e há chance de eleger um deputado de esquerda”, disse.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

ENTREVISTA DO ZÉ MARIA NA GAZETA DO POVO

“Defendemos a estatização das grandes indústrias”
Zé Maria, pré-candidato à Presidência pelo PSTU


O que o diferencia dos demais candidatos?

As três candidaturas postas [Dilma, Serra e Marina] representam o mesmo modelo econômico. É a continuidade do que está aí. A Dilma representaria a continuidade do governo Lula, que aplicou o mesmo modelo econômico do PSDB. Portanto, se o Serra ganhar a eleição, vai fazer a mesma coisa que o Lula está fazendo. A Marina Silva explica que quer apresentar um projeto focado na defesa do meio ambiente, mas não pode falar a sério em meio ambiente. A Marina era governo [ela foi ministra do Meio Ambiente de Lula] quando foi apresentado o loteamento da Amazônia, a Lei dos Transgênicos, quando foi aprovada a transposição do Rio São Francisco. Se essas candidaturas representam uma continuidade, nós queremos uma proposta de mudança para o país. Obviamente, não queremos a volta da direita com o Serra, mas também achamos que o governo Lula não fez o que tinha de fazer. Veja que ele tem repetido inúmeras vezes que os empresários, nunca na história do país, ganharam tanto dinheiro. E isso é verdade. As empresas dizem que aumentaram sua rentabilidade em 400% no governo Lula. Teve banco que aumentou sua rentabilidade em 850%. Isso é resultado de uma política que não beneficiou os trabalhadores.

Esses resultados das empresas são necessariamente ruins?

A questão é a seguinte: o presidente Lula gosta de dizer que melhorou a vida de milhões de pessoas com o Bolsa Família. Isso deveria orgulhar o governo? Nós achamos que deveria envergonhar o governo. Porque o nosso país tem recursos para assegurar para essas famílias empregos, salário digno, moradia, direitos. Mas o que o estado destina para essas pessoas? Uma mesada de R$ 90 a R$ 130 por mês. O que nós achamos? Que tudo é muito pouco diante daquilo que o país pode fazer. É pouco o aumento do salário mínimo. Se as empresas aumentaram a rentabilidade em 400%, por que o salário mínimo não aumentou em 400%?

A reforma agrária seria uma prioridade no seu governo?

Faremos a nacionalização da terra e a distribuição dela para quem quiser trabalhar e produzir alimentos. Precisamos de uma reforma agrária de verdade. Vamos expropriar o agronegócio e distribuir a terra para quem quer trabalhar.

O senhor também defende a estatização de empresas?

Em primeiro lugar a terra, os recursos naturias, o petróleo. É preciso reestatizar totalmente a Petrobras. A mesma coisa em relação às grandes indústrias e grupos econômicos, em particular as transnacionais. A capacidade produtiva dessas empresas precisa estar a serviço do povo. Defendemos a estatização das grandes indústrias. Queremos acabar com as relações que subordinam o Brasil ao capital internacional. O governo está dizendo que não tem recuros para reajustar aposentadorias acima de 7,7%. O ministro do Planejamento [Paulo Bernardo] chegou a dizer que o país iria quebrar. Se isso quebra o Brasil, por que esse aumento que foi dado nos juros não quebra o país? O governo prefere destinar os recursos para os bancos e não para os aposentados. Achamos que temos de parar de pagar a dívida interna e externa e redirecionar esses recurosos.
ATO LANÇA AS PRÉ-CANDIDATURAS DO PSTU NO PARANÁ
 
No último dia 19 ocorreu em Curitiba o lançamento das pré-candidaturas do PSTU no Estado do Paraná. O ato de lançamento contou com a presença do pré-candidato ao governo do Estado Avanilson Araújo, advogado e presidente do Partido em Maringá.

As atividades dos pré-candidatos começaram logo pela manhã do dia participando de um ato na frente da Assembléia Legislativa. No decorrer do ato houve falas no carro de som pela Conlutas-PR de Mariane de Siqueira, nossa pré-candidata à Deputada Federal, pela Assembléia Nacional dos Estudantes - Livre (ANEL), da companheira Bruna, uma fala do companheiro Timossi pelo Movimento de Moradia - Conlutas Sarandi, além de duas falas do pré-candidato ao governo Avanilson.

Durante a parte da tarde, os pré-candidatos em conjunto com a coordenação de campanha visitaram os órgãos de imprensa que culminou em nossa participação nos dois debates entre candidatos ao governo do Estado a ser realizado pela TV Bandeirantes.
Por fim, e não menos importante, a noite foi realizado o ato de lançamento das pré-candidaturas no Sindicato dos Engenheiros (SENGE). O ato foi marcado pela apresentação dos pré-candidatos Avanilson  ao governo do Estado, Mariane, militante da Conlutas na Oposição da APP Sindicato que irá concorrer a Deputada Federal e Claudia Moraes, militante da ANEL e da juventude do PSTU que irá concorrer a Deputada Estadual.
Dentre os temas centrais de discussão estava qual a importância de um programa socialista para os trabalhadores e juventude que o PSTU irá expressar nessas pré-candidaturas.

Como exposto ao jornal O Estado do Paraná: “Vamos lembrar que o presidente Lula fez a política Econômica do José Alencar, um empresário, que o governo Requião era contra as privatizações mas só ficou com 30% das ações da Copel, que o PT quer apoiar um candidato de direita no Estado, e que a Marina Silva (PV) terá como vice empresário que patenteou recursos naturais das florestas brasileiras”, disse. Com poucos recursos e tempo mínimo no rádio e TV, Araújo diz que fará campanha “nos canteiros de obra, no chão das fábricas e nas escolas”.

Venha com o PSTU construir pré-candidaturas socialistas para os trabalhadores e juventude.
Clique na figura abaixo para ler a carta de lançamento das pré-candidaturas no Paraná:

sexta-feira, 21 de maio de 2010

O que a crise europeia tem a ver com o Brasil?

Editorial do Opinião Socialista Nº 404


A crise econômica e a greve geral na Grécia se transformaram num símbolo mundial. A propaganda enganosa do fim da crise começa a se enfraquecer. O horizonte volta a se encher de nuvens carregadas. Um novo momento da crise já atingiu a Europa.

O novo pacote de quase um trilhão de dólares articulado pelos países imperialistas deu um alívio momentâneo. Voltamos à montanha russa de 2008, em que esse tipo de pacote gerava euforia nas bolsas, que durava uma ou duas semanas, para ceder lugar a novas crises. O problema de fundo é que a crise não foi superada, e as medidas parciais do imperialismo só agravam as contradições.

Por outro lado, a resposta dos trabalhadores gregos, com três greves gerais e a maior mobilização em 30 anos, indica uma mudança muito importante em relação a 2008 e 2009. Naquele momento, a dimensão dos ataques da patronal não correspondia ao tamanho das lutas dos trabalhadores. Acuados pela ofensiva da patronal e a ameaça do desemprego, o proletariado reagiu de maneira limitada. Agora os gregos estão abrindo claramente a possibilidade de derrotar o pacote do governo. Mais ainda, estão dando um exemplo que pode acabar sendo seguido pelos trabalhadores europeus, em resposta aos planos de austeridade que os governos querem impor.

E o que isso tem a ver com o Brasil?
Tudo. O Brasil refletiu o início da crise passada de forma imediata. Ainda no primeiro trimestre de 2008, o país entrou em recessão, acompanhando a dinâmica internacional. Isso prova que, ao contrário do que Lula afirma, o Brasil não está imunizado contra a crise.

O país escapou de uma crise bem maior pela recuperação internacional no início de 2009 e por ter um mercado interno importante. Mas agora, no caso de uma nova crise, a gravidade de seus reflexos no Brasil poderia ser bem maior. A economia brasileira está completamente aberta para o mercado mundial e depende das decisões de investimentos das multinacionais aqui instaladas. Quem definiu os prazos da recuperação da economia brasileira não foi o governo Lula, mas as indústrias automobilísticas com seus planos de investimentos, ou a Vale com sua aposta na manutenção do crescimento chinês. Se o novo momento da crise for maior e mais duradouro que o de 2008, o Brasil poderá ser mais duramente afetado, caso as multinacionais mudem seus planos.

Para a sorte de Lula, o mais provável é que essa crise não atinja com força o Brasil de imediato, antes das eleições de outubro. Os dados da economia ainda apontam crescimento, que deve continuar em 2010. Já deve haver alguns reflexos de imediato, com a limitação de fluxos de investimentos no país e fuga de capitais especulativos. No entanto, está claro que a crise atingirá o país no mandato do presidente a ser eleito em outubro.

Pode ser que a postura do governo, querendo evitar de todas as maneiras o fim do fator previdenciário para as aposentadorias do INSS, já seja uma sinalização da futura crise. Tanto o governo quanto a oposição burguesa têm de se mover com uma preocupação dupla: evitar um desgaste eleitoral, mas não deixar que a situação econômica escape do controle.

É por isso que os trabalhadores e jovens deste país devem se somar às lutas concretas como a atual em defesa da aposentadoria, contra o possível veto de Lula ao fim do fator previdenciário. Ou ainda contra o Senado, que pode adiar a votação da matéria até depois das eleições.

Mas também é necessário apontar uma alternativa socialista dos trabalhadores, que dê uma resposta diferente para a crise. Uma resposta distinta às de Lula-Dilma, Serra-FHC e Marina Silva, que têm o mesmo programa para a economia brasileira. Zé Maria, pré-candidato a presidente pelo PSTU, está apresentando um programa que aponta a ruptura com o imperialismo e o não pagamento das dívidas interna e externa, como forma de evitar os efeitos da crise econômica sobre o país.
Chamado para a reunião pela construção do Colégio Estadualdo Parque Alvamar II

Diversas entidades, dentre elas o Grêmio Estudantil do Colégio Panorama, as associações de moradores do Parque Alvamar I, do Parque Alvamar II, do Jardim Panorama e Independência, estão chamando uma reunião para o dia 26 de maio, às 20 horas, na Escola Municipal Machado de Assis.
O Governo do Paraná vem enrolando a população a anos, prometendo a construção desse colégio. 

Até agora somente promessas. Após a confirmação por Requião e Pessuti, agora o governo diz que não há verbas e por conta disso o colégio não será construído. A pergunta é: se a arrecadação do Estado do Paraná cresceu, onde está o dinheiro?

A situação é tão caótica que o Colégio Estadual do Jardim Panorama está superlotado, tendo que cerca de 150 alunos irem estudar a mais de 5 km, em uma faculdade particular, alugada pelo governo. Enquanto a educação estadual está abandonada, os empresários da educação ainda faturam dinheiro com aluguéis.

Pra piorar, as condições em que esses estudantes são transportados são as piores possíveis. Os ônibus disponibilizados pela prefeitura são verdadeiras sucatas, que põem em risco a vida das  crianças. Alguns faltando vidros, bancos estragados, sem cinto de segurança e pior, a possibilidade de ocorrer acidentes (já houve um e por muita sorte, apenas ferimentos leves).

A hora é de irmos à luta

Não dá mais para aguentar essa situação. Sabemos que por parte do governo, só virão promoessas. È por isso que nessa reunião estaremos propondo manifestações com trancamento de rodovias e ocupação do núcleo de educação. Os trabalhadores de Sarandi merecem respeito!!! Vamos dar um basta nessa situação.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Nova Greve Geral na Grécia

Uma nova greve geral paralisou a Grécia. Vôos cancelados, canais de televisão fora do ar, serviços públicos parados muita gente na rua. Estima-se que somente na capital Atenas, 200 mil pessoas foram às ruas.

O motivo é o plano de ajustes fiscais votados pelo governo em troca de um empréstimo para salvar o país da crise econômica. O ajuste fiscal trará desemprego, demissões de funcionários públicos, queda brusca de salários e privatizações. Tudo isso revoltou a população que foi às ruas e entrou em confronto com a polícia.



ato público em Atenas


As mobilizações e atos de rua não param e a população promete não abandonar a luta enquanto não forem derrotados os planos da burguesia. Por outro lado, as autoridades - sem moral alguma por conta da corrupção - clamam por toda a repressão policial.


repressão policial


A Crise econômica não acabou

Contrariando aqueles que suistentam a teoria de que o pior já passou e o capitalismo saiu ileso de mais uma crise econômica, os acontecimentos da Grécia, pelo contrário, trazem mais dúvidas sobre o futuro. Outros países europeus como a Espanha e a Itália correm sério risco de quebrarem e suas econômias em queda livre arrastarem a Europa para uma grande crise. Por conta dessas desconfianças, as bolsas de valores do mundo todo estão apresentando fortes quedas nos últimos dias.

Os trabalhadores precisdam ir à luta e defender os seus direitos

Em momentos de crise, somente a luta dos trabalhadores exigindo que os patrões paguem pela crise que criaram, pode evitar mais retirada de direitos. Nesses momentos os patrões intensificam ainda mais a retirada de direitos, o arrocho salarial e a intensidade dos trabalhos. As ajudas de organismos internacionais sempre exigem uma contrapartida, extremamente danosa aos trabalhadores. A Grécia é somente o início e a luta deve ser internacional dos trabalhadores contra o sistema que os explora.


ato na Grécia








quinta-feira, 6 de maio de 2010

Fundada Central de Apoio à População Trabalhadora - CAP

Nesse último sábado (1º de maio) mais de 200 pessoas participaram da fundação da Central de Apoio à População Trabalhadora - CAP, na cidade de Sarandi. A partir de agora, a população de Sarandi terá em suas mãos mais uma ferramenta de luta.

Vários participasntes utilizaram o micorfone, entre eles Claudio Timóssi, do Movimento dos Trablahadores por Moradia que ressaltou a importância das lutas dos trabalhadores para a conquista de seus direitos. " A partir de agora, teremos uma entidade independente dos patrões e governos e de luta", defendeu.

Já Cleber, presidente do Grêmio Estudantil do Colégio Estadual do Jardim Panorama ressaltou a importância da participação da juventude nas lutas dos trabalhadores e do povo pobre. " Se antes todos olhavam a juventude de Sarandi como bandidos, hoje temos uma juventude consciente e responsável, na luta por seus direitos.

 Rodrigo Tomazini, presidente do PSTU de Sarandi e da oposição da APP-sindicato falou pela Conlutas e enfatizou a necessidade de uma feramenta que unifique movimentos sindicais, movimentos populares, juventude e movimento contra opressões. "Nós da Conlutas defendemos uma experiência que seja superior à forma de organização da falida CUT. Defendemos a união de todos os explorados em uma só central, para caminharmos cada vez mais forte na luta pelo socialismo".

O professor Ivan Bernardo de Paranavaí, saudou o evento e disse estar pronto para construir essa ferramenta em Paranavaí.

Foi aprovada uma carta de princípios e a luta específica por três ítens, inicialmente:

1- Moradia;
2- Saúde;
3- Pavimentação das ruas.

Ao final, foi montada uma comissão diretiva que atuará na organização da nova entidade  e aprovado um ato em frente à prefeitura para o dia 06 de maio para cobrar moradia do prefeito.


sexta-feira, 30 de abril de 2010

Sarandi terá assembléia de fundação do CAP

Neste sábado, 1º de maio, dia do trabalhador, haverá a assembléia de fundação da Central de Apoio à População ( CAP), na cidade de Sarandi.

O CAP será mais uma ferramenta para as lutas dos movimentos populares e dos trabalhadores por moradia, infra-estrutura, empregos e demais demandas da população trabalhadora.

O evento acontecerá na Casa da Cultura Irmã Antona, com início às 9 horas da manhã.

Todos estão convidados!!!

Data: 1º de maio, sábado
Local: Casa da Cultura Irmã Antona
Horário: 9 da manhã

segunda-feira, 26 de abril de 2010

É hora de mobilizar

Governo mantém reajuste de 6,14% para aposentados; todos a Brasília nesta terça-feira (27)


Votação de reajuste de 6,14% para aposentados será votado na Câmara Federal na terça-feira (27)



Deu na UOL Notícias nesta sexta-feira (23) que o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou que o Executivo voltou a defender um reajuste de 6,14% para os aposentados que ganham acima de um salário mínimo, ao sair de uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ministérios da área econômica e Casa Civil, nesta sexta-feira (23), em Brasília.



O reajuste de 7% que o governo Lula alardeava que havia sido acordado com centrais sindicais e com representantes dos aposentados já foi por água abaixo.



De acordo com a notícia, o ministro declarou que ficou evidente que, nas últimas semanas, não existe mais essa proposta de 7%. “Essa proposta desapareceu. Em função disso, o governo mantém os 6,14%”, teria dito.



O relator da medida provisória (MP 475) na Câmara e líder do governo na Casa Legislativa, o deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), perdeu apoio para sua proposta de aumento escalonado. Quem recebe de um até três salários mínimos teria reajuste de 7,7% e quem ganha acima de três salários mínimos ficaria com aumento de 6,14%. Enquanto isso estava sendo discutida uma proposta entre as centrais sindicais e o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), em torno de um aumento de 7,7%. A proposta não agradou o presidente que diz que o impacto na folha seria enorme.



Depois de toda a polêmica, ao que tudo indica é que o reajuste deverá ficar mesmo em 6,14 %. O parecer será apresentado por Vacarezza na terça-feira (27) para votação no plenário da Câmara.



Mobilizar já - Diante disso, a Conlutas, que estará com representação na data em Brasília, conclama as entidades de aposentados e sindicais para que compareçam à Câmara Federal para rechaçar essa votação.



A Conlutas já tinha um posicionamento contrário ao acordo que vinha sendo fechado entre governo, centrais sindicais e entidades dos aposentados. Esta sentença anunciada hoje na imprensa só reforça de que só é possível arrancar qualquer reivindicação por meio da mobilização. Portanto, é urgente retomar a luta por um reajuste digno aos aposentados.



Leia abaixo a nota divulgada pela Conlutas, que após o anúncio do acordo entre governo, centrais e entidades de aposentados, afirmava que este ainda era rebaixado.



Pela reposição das perdas, reajuste igual ao salário mínimo e contra o fator previdenciário



Nossa Luta é uma só!



Reajuste igual ao do salário mínimo;



Reposição das perdas impostas por FHC e Lula;



Pelo fim do Fator Previdenciário!



Depois dos ataques de FHC/PSDB já se passaram mais de sete anos do governo LULA/PT e os APOSENTADOS e pensionistas de nosso país seguem sendo DESRESPEITADOS, tendo seus direitos atacados, retirados e negados.



Agora a palavra de representantes do governo se repete. "Nós vamos indicar ao presidente o veto caso haja uma proposta com um valor maior. A nossa proposta é 6,14%, acima disso o Ministério da Fazenda vai propor ao presidente o veto", destacou o ministro da Fazenda Guido Mantega, em entrevista na Câmara, nesta quarta-feira (13/04).



Essa postura intransigente, por parte do governo, marcou mais um dia de batalha dos aposentados e pensionistas de nosso país. Representados pela Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas (COBAP), suas Federações e Associações, há meses, estãos mobilizados em Brasília e em várias partes de nosso Brasil exigindo que a Câmara dos Deputados vote os projetos. Esses projetos já foram aprovados pelo Senado e garantem o Fim do Fator previdenciário, reajuste igual ao do salário mínimo, além da reposição das perdas impostas pela política de FHC e agora de Lula.



O governo reage assim porque tem base de apoio para tal. Os parlamentares da “dita” oposição (PSDB/DEM), juntamente com alguns poucos parlamentares governistas (PT/PMDB) e novamente as mesmas centrais sindicais anunciam a existência de um “novo acordo”, que seria o reajuste de 7,71% (portanto abaixo do reajuste do mínimo) em 2010 e mais 2%, acima da inflação de 2010, para o ano de 2011. Esse acordo seria votado na Câmara em detrimento do que já foi aprovado no Senado. O anuncio deste “novo acordo” é também divulgado com a concordância da COBAP e diversas federações e associações de aposentados e pensionistas.



Não concordamos com qualquer acordo que mantenha a discriminação aos aposentados e pensionistas no que se refere aos reajustes e qualquer outro direito. Entendemos que a COBAP já demonstrou que a nossa vitória dependerá da nossa unidade e de nossa mobilização contra o governo Lula, sem depositarmos qualquer confiança nesse Parlamento de corruptos. Por esse motivo, a Conlutas seguirá apoiando e participando das mobilizações que forem convocadas pelos aposentados, pensionistas e suas organizações.



A nossa luta é uma só. Devemos seguir o combate e exigir a aprovação dos projetos em defesa dos aposentados, que garanta:



Reajuste igual ao do salário mínimo;



Reposição das perdas impostas por FHC e Lula;



Pelo fim do Fator Previdenciário!



Para que tenhamos êxito será necessário intensificar as nossas ações, as nossas mobilizações e os nossos protestos.



Precisamos aumentar o tom de nossa exigência aos deputados e de denúncia do governo Lula para construirmos um dia nacional de manifestações em todo o país É preciso chamar a unidade de todos os trabalhadores, da juventude, dos camponeses da sociedade em geral.



Fazermos um chamado a todas as centrais para que rompam sua submissão ao governo e passem para o lado de nossa classe e da defesa de nossos direitos.



Executiva Nacional da Conlutas

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Zé Maria defende reestatização da Vale em visita a Minas Gerais




No dia do Descobrimento, pré-candidato do PSTU compara Vale com os colonizadores. “Agnelli e os acionistas agem como os portugueses que chegaram aqui em 1500”, critica


• Nesta sexta, em visita à cidade de Itabira, berço da Vale, o pré-candidato do PSTU à Presidência, José Maria de Almeida, defenderá a reestatização da mineradora. “Apesar de usar as cores da nossa bandeira, a Vale é uma empresa controlada por grandes bancos, como o JP Morgan e o Citi”, explicou. “Ela age como qualquer outra multinacional, o que vale é o lucro”, afirma.



No mesmo dia em que se comemora o descobrimento do Brasil, Zé Maria criticou o saque dos recursos do país, como o minério de ferro e o petróleo. Para ele, a Vale usa o Brasil e os brasileiros, como nos tempos da colônia. “Agnelli e os acionistas agem como os portugueses que chegaram aqui em 1500, deixavam bugigangas e levavam nossas riquezas”, comparou. Um exemplo, para Zé Maria, é o pagamento irrisório de royalties aos municípios mineradores.



A empresa não se preocupou com o impacto que essas cidades sofreriam com as demissões no auge da crise econômica, em janeiro de 2008. “Na ocasião, estive em Itabira numa passeata que uniu os moradores e os trabalhadores em defesa dos empregos”, lembrou Zé Maria.



O pré-candidato sustenta: “Com os lucros da Vale desde a privatização, em torno de 45 bilhões de dólares, seria possível assentar todas as famílias sem terra do Brasil”. O PSTU defende a reestatização das empresas privatizadas, como Embraer e CSN, sob controle dos trabalhadores. O partido defende um programa de ruptura com o capital estrangeiro, para garantir uma segunda independência do Brasil.



Apoio às mobilizações dos atingidos pela Vale

Segundo o pré-candidato, o que torna a Vale uma das maiores empresas do setor é a superexploração sobre os trabalhadores, daqui e de outros países, como Moçambique e Canadá. Entre 12 e 15 de abril, trabalhadores da Vale de todo o mundo estiveram no Rio de Janeiro, no Encontro Internacional dos Atingidos pela Vale, onde organizaram a luta contra os danos causados pela mineradora.



Zé Maria fez campanha em Minas durante essa semana, com a pré-candidata ao governo do Estado, Vanessa Portugal. Após reuniões em Itabira e Congonhas, ele encerra a visita com atividades neste sábado, em Itajubá.

terça-feira, 20 de abril de 2010

Brasília - do site da Coordenação Nacional de Lutas - Conlutas

Eleições indiretas elegem novo governador e ciclo da corrupção continua


Manifestantes foram reprimidos e impedidos de acompanhar a votação na Câmara Legislativa



Eleição indireta em Brasília elegeu Rogério Rosso (PMDB) como novo governador do Distrito Federal (DF) no último sábado (17). Rosso tomou posse na manhã desta segunda-feira (19) e vale ressaltar que alguns dos que votaram nesta eleição foram os mesmos que fizeram parte do mensalão do DEM: a deputada Eurides Brito - flagrada nos vídeos colocando dinheiro na bolsa - e Geraldo Naves - que estava preso acusado de subornar uma das testemunhas do escândalo de corrupção.



O governador eleito também não sai ileso das acusações. É ligado aos grupos do ex-governador Joaquim Roriz e ex-membro do governo de José Arruda, um dos principais personagens do esquema de corrupção do DF.



Durante a votação no sábado, manifestantes que protestavam contra as eleições indiretas foram duramente reprimidos e tratados como marginais, enquanto a verdadeira quadrilha votava no novo governador de Brasília.



Numa atitude antidemocrática, estudantes e trabalhadores foram impedidos de assistir à votação. Só puderam acompanhar do lado de fora por um telão sem som. Diante de fatos como este no qual cidadãos honestos são tratados como criminosos e deputados que são acusados de corrupção têm o direto de votar, só resta reivindicar a antecipação das eleições de outubro, para que todos os trabalhadores de Brasília tenham a oportunidade de votar e substituir a atual quadrilha.



Rosso é o quarto governador desde o início do ano. As eleições indiretas do DF, que o elegeram, foram convocadas depois que o mandato de Arruda foi cassado por infidelidade partidária. Como o vice, Paulo Octávio, também renunciou com medo de seus escândalos virem à tona novamente. Era o presidente da Câmara Legislativa, Wilson Lima, quem exercia o cargo interinamente.



Para evitar a possibilidade de intervenção federal, Rosso disse em declarações à grande imprensa que pretende se encontrar com o ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, e também com o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, e tomará todas as medidas para que a intervenção seja suspensa. Se não houver intervenção, o novo governador fica no poder até o final do ano.



Brasília completa 50 anos nesta quarta feira (21) e não tem nada que comemorar diante de tanta falcatrua. A capital federal brasileira continua sendo comandada por corruptos.



A Conlutas apoia a convocação da eleição direta já no estado. São os trabalhadores quem devem decidir quem vai governar. Não a Câmara Legislativa, corrupta, em eleição indireta. Todas as entidades e movimentos estão convocados a fazerem parte desta luta.

Bianca Pedrina – Redação Conlutas

segunda-feira, 19 de abril de 2010



Cinco minutos com Zé Maria

José Maria de Almeida, o Zé Maria, foi o primeiro pré-candidato à presidência a visitar o Haiti arrasado pelo terremoto ocorrido em janeiro. Confira o vídeo no qual relata toda a situação precária em que vivem os haitianos.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Infelizmente, não vai haver uma frente eleitoral classista e socialista



Eduardo Almeida Neto da Direção Nacional do PSTU e editor do Opinião Socialista



• Todos sabem que o PSTU defendeu uma frente eleitoral classista e socialista com o PSOL e o PCB. A crise atual do PSOL tornou essa frente impossível. Não vai existir um PSOL, mas dois partidos na campanha eleitoral. Um deles apoiando Plínio, outro fazendo campanha sem candidato a presidente. Se o PSOL não consegue sequer unificar a si próprio, como vai pretender ter o apoio de outros partidos para seu candidato à presidência?



Temos um grande respeito pela figura de Plínio de Arruda Sampaio, mas não somos árbitros entre as distintas alas do PSOL, e menos ainda uma corrente interna desse partido. Não temos alinhamento com nenhum de seus pré-candidatos e não vamos ajudar a legitimar um deles amplamente contestado pela outra parte.



Já tínhamos grandes diferenças programáticas com o programa democrático-popular defendido pela APS, a corrente majoritária no apoio a Plínio (assim como temos com o programa do MES-MTL, a corrente que apoia Martiniano). A APS defende um programa democrático-popular, semelhante ao apoiado pelo PT em todo o período de direitização desse partido, antes do governo Lula. Nós defendemos um programa socialista.



Defendemos, também, uma clara independência política e financeira em relação à burguesia, condenando explicitamente o financiamento da campanha pelas empresas privadas. Não vimos uma clara delimitação nesse sentido da parte do PSOL.



Mas agora, além das grandes diferenças de programa e em relação à independência da burguesia, surgiu outro impedimento objetivo e intransponível: a nossa proposta de frente era com o partido PSOL, e não com uma de suas alas.



Assim, não existirá uma frente de esquerda nessas eleições como a de 2006. O PCB já tinha manifestado que vai lançar candidatura própria. O PSOL não conseguiu se unificar, nem tampouco ajudar a unificar a esquerda.



Por esse motivo a pré-candidatura de Zé Maria se converterá na campanha “Zé presidente”. Será a expressão do programa socialista e classista que defendemos. Não haverá uma frente de esquerda, mas queremos que essa candidatura seja mais ampla que as fronteiras do PSTU. Chamamos todos os que quiserem ajudar a construí-la a somarem-se a nós.



O PSTU vai organizar seminários abertos para debater o programa da campanha. Todos e todas que seguem empunhando a bandeira do socialismo, todos e todas que, neste país, estão engajados na luta da nossa classe contra a exploração capitalista estão convidados a tomar parte nesta jornada.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Blog do PSTU Noroeste é reativado




Olá camaradas. Temos o prazer em informar que a partir de agora o blog do PSTU estará sendo atualizado permanentemente.



O ano de 2009 foi de várias lutas. Tanto as lutas nacionais da juventude, como as sindicais dos trabalhadores de correios, petroleiros, mineiros, educadores, e os movimentos populares. Em tempos de crise, metalúrgicos de São José dos Campos e região deram um grande exemplo de luta contra as demissões, enquanto que do outro lado, Lula dava muito dinheiro e incentivo a empresários e banqueiros. Apesar dos altos índices de aprovação do Governo Lula, muitas lutas estouraram em todo o país.



Alguns fatos foram marcantes na região noroeste do Paraná. Podemos citar os que ocorreram na cidade de Sarandi, como por exemplo, a luta contra a vinda do lixo e a cassação do prefeito de Sarandi, Milton Martini (PP), luta essa que adentrou o ano de 2010.

Nessas lutas, tiramos importantes lições. Nós do PSTU continuamos coerentes com nossa proposta inicial de que o aterro sanitário de Sarandi deve ser estatizado e os trabalhadores admitidos por concurso público para o município. A privatização feita pelo governo do PT foi extremamente prejudicial à cidade, abrindo a possibilidade para a vinda do lixo.



Em relação ao processo de cassação, continuamos defendendo que nem Milton Martini (PP) e nem De Paula (PDT) governam para os trabalhadores. Nossa proposta sempre foi e continua sendo novas eleições. Defendemos um governo de trabalhadores e que governe para os trabalhadores. Infelizmente, muitos que participavam do Comitê, se venderam e fizeram acordo com a burguesia.



Apesar de toda a propaganda de Lula para o programa “Minha casa minha vida”, tivemos uma importante luta por moradia na cidade. Várias famílias despejadas lutaram bravamente por seu direito à moradia. Isso não ocorre somente na cidade de Sarandi e é mais um exemplo de que o programa de moradia do governo federal é voltado à classe média alta e não para a maioria da população, que é pobre e que realmente necessita.



No próximo período, a efervescência política promete ser forte. Além de todas as lutas que estarão acontecendo, teremos também a luta política. Esse ano, com as eleições para presidente, governadores, senadores e deputados, haverá um intenso debate de como o país deverá ser governado nos próximos 4 anos.



Nesse blog teremos não somente discussões sobre a região noroeste, mas também sobre situações nacionais e internacionais. Esperamos que leiam nossas postagens e as discutam conosco. Estaremos sempre abertos ao debate.



Entre em contato conosco: pstumaringa@yahoo.com

                                        pstusarandi@gmail.com



Conheça o PSTU:            www.pstu.org.br